quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Agonia da ausência

Não aguento mais fingir que não me fazes falta. Não suporto não te contar meus segredos. Essa distância entre nós me causa dor na carne e minha respiração está uma bagunça.

O ar se comprime ao meu redor e tenho que me encolher porque estou sozinha. Mau café está frio e meus cigarros acabando. Queria conhaque, mas não tenho dinheiro.

Intrínseca em mim , uma inquietude que me abala forte e faz minhas mãos tremerem. O vento está forte e farto nesse bar de esquina e deixei meu casaco em casa, achei que faria sol mas as nuvens escondidas apareceram.

Não gosto de ficar zoinha. Quero ajuda. Alguém pra levantar-me dessa cadeira dura e levar-me pra longe. Longe de mim e longe da tua ausência.

domingo, 8 de agosto de 2010

Incondizente

Eu sei o que disse, e até ontem à noite eu poderia jurar ser a mais pura verdade. Hoje já não tenho tanta certeza, estou confusa. E odeio isso. Estava perfeito quando eu tinha certeza dos meus sentimentos e eles não eram diferentes dos teus, agora eu corro risco. Eu sei que agora estás aqui, mas não sinto como se estivesses, sinto como se de repente fosse chegar um vento forte e levar-te para o aqui de outra pessoa sem que haja resistência tua, porque não estás ligado a mim, nós não nos amamos, simplesmente gostamos da companhia um do outro.

Quer dizer, agora já não sei se isso é recíproco. É que minhas reações não condizem com o que suponho sentir. São reações de algo mais forte, mais profundo, mais inquieto. São reações de paixão, de amor, sei lá. Pelo menos eu acho que são. Ninguém sai por aí sentindo ciúme de alguém se não amar esse alguém, não é? Mas eu senti ciúme ontem, eu senti. Ver-te conversando com aquela garota... Eu pude sentir a alegria na tua voz. Alegria que eu não sinto quando somos só nós.

E já disseste que simplesmente gostas de mim e eu estou ficando maluca com isso. É claro, eu pensava que eu também simplesmente gostava de ti, mas agora, agora não sei o que penso nem o que sinto nem o que penso que sinto. Agora, assim de repente, veio um medo de perder-te. E antes, quando me imaginava sem ti, não me vinha esse calafrio na espinha, não sentia essa agonia. Não, algo mudou. Deve ser a minha eterna mania de viver as coisas muito mais dentro de mim do que onde elas realmente acontecem que mudou o que quer que seja aqui dentro.

E o pior é esse medo de dizer-te que acho que algo mudou. Tenho medo, sim. É tão pouco o tempo que estamos juntos e tão pouco o tempo em que dissemos um pro outro que não nos amamos, tenho certeza de que nada mudou em ti. E tinhas medo de que eu sentisse mais. E agora já não posso acalmar teu medo. Nem essa droga de vontade de agradar-te. Uma merda, tudo. Uma grande merda. Uma merda que eu me sinta tão bem nos teus braços. Uma merda saber que pra você tanto faz. Uma merda achar que agora preciso muito mais de ti do que tu precisas de mim.

Sem sono

Para dormir é necessário estar tranquilo.
Para estar tranquilo é necessário ser feliz.
Para ser feliz é necessário sorrir.

Às vezes acho que posso me obrigar a dormir, mas nunca sorrio quando é necessário. Então escrevo.