É esse piscar de olhos rápido e singelo. É esse castanho olho-de-tigre num ferro tigre e essa transparência de sensações que se confundem ao olhar de outro como se olhando através de um hialino.
E esse teu gosto especial por tudo que tem cor de quartzo fumado, como se quisesse fugir do leitoso, cujo tom lembra tua alma. Confesso que às vezes teu modo me faz sentir um sagenítico, mas não me incomodo com o fato, pois esse é dos mais belos que há. Já a cor de carneliana (ou seria sárdio? a diferença é sutil) da tua cólera me machuca.
É claro que não passas de um citrino posto no lugar de um topázio, mas não ligo, pois até o róseo dos teus lábios me encanta, principalmente quando posto em contraste com o tom morion dos teus cabelos.
É pena que sejas irredutível e duro como sílex e tenhas tanto prazer em mostrar-me sinal de jaspe ao invés de prásio, manchando nossa história tal qual uma ágata muscínea, deixando-a áspera feito uma aventurina e comum como um cristal.
Ainda assim, fascina-me teu jeito doce e sutil, feito quartzo azul, que em nada lembra um olho-de-falcão, a não ser pelas manchas de terra no meio do oceano, que são segurança no fim de tudo.
Segurança pra saber o que queres, pra correr pelos teus sonhos, pra não voltar atrás.
Seguindo teu caminho sendo levado e polido pelas águas do rio.
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