sábado, 4 de setembro de 2010

Pedido de casamento

E se eu te der tudo qu tenho, que darás a mim? Que ficará pra mim? Qual será a minha parte? E qual vai ser a parte minha que ficará pra mim? Pois, se eu te dou tudo, dou-te inclusive eu. Diga-me, meu amor, o que caberá a mim? Quais serão os meus direitos e deveres?

Qual parte da responsabilidade será a minha, todas ou nenhuma? Pois, se eu sou quem doa tudo, então, tudo que acontecer será minha responsabilidade, no entanto, se não tenho nada, como posso ter que arcar com as consequências?

Diga-me, querido, se eu te der tudo que tenho, que será meu? Que será eu?

Não, fiquemos contentes com o pouco que nos damos, que esse pouco não te impõe nada, que esse pouco não te faz perguntas, que esse pouco não tira de mim a posse de mim mesma, que esse pouco não nos mostra os buracos nos lençóis que nos cobrem, que esse pouco não tira pedaços euquivalentes de cada um de nós para trocá-los, que esse pouco não nos pede nada. Não, tu é que pedes a ele mais dele, eu que que peço mais de ti. Tu que não te satisfazes com uma só dança, eu que não me satisfaço com um só jantar.

O pouco nos une na distância, pois, na distância, ele nos faz pensar nele e sentir falta. O pouco não nos revela os defeitos mútuos que temos e não gostamos. não, meu amor, deixemos como está, que quando estou sozinha é quando mais te quero.

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