Eu juro que queria não ter essa atração tão completa por você. Eu não quero. Mas é que tudo que há em mim quer desesperadamente querer você. Não é culpa sua, eu sei. Ou talvez até seja, por ter-se mostrado tão perfeito pra mim, mas eu lhe quero tanto tanto que não sou capaz de acusar-lhe de nada. A culpa é minha, que faço meus olhos enfeitarem tudo que veêm. A culpa é minha que sou capaz de ver beleza em cada pequena coisa que você diz, até nas mais ásperas, que doem nos ouvidos - e eu juro que sou capaz, se até nesse seu jeito distraído eu vejo graça, esse seu jeito que não lhe deixa ver que eu lhe quero.
Na verdade, acho que eu não deveria enfatizar tanto esse querer profundo que venho nutrindo incessantemente por você, já que não sei nem que nome dou a ele, apesar de ter uma certeza absurda de que é real. Digo que é absurda essa certeza pois ela não deveria nem mesmo existir, já que nunca sequer lhe toquei um toque que alguém que fosse mais que uma simples amiga tocaria - o que eu acho que é até bom, uma vez que tudo que eu toco vira lembrança, e ai de mim se; além da memória do seu sorriso, do seu cheiro, do seu cabelo, de você na chuva; tivesse que conviver pacificamente também com a lembrança da sua pele nos meus dedos.
Mas, por absurda que seja, há a menos essa certeza que me afirma categoricamente que eu lhe quero. E mesmo que esse querer não tenha nome, ele existe e isso me basta.
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